Você já ouviu falar sobre arquétipos? O seu poder está ligado a nossa conexão com as histórias.
Sem uma boa história a mensagem se perde no meio de tantas outras informações que recebemos diariamente. Os seres humanos não só gostam de histórias, mas precisam delas para dar sentido à vida, através das sensações de conforto e pertencimento.
Porém, não é qualquer história que consegue causar esse tipo de impacto. E nem qualquer arquétipo.
Hollywood está cheio de sucessos baseados no arquétipo do herói, como Star Wars, Avatar e Harry Potter, provando que os arquétipos exercem uma enorme influência nas nossas emoções e, claro, nas nossas ações.
Mas o que são arquétipos?
Caso você ainda esteja se perguntando o que são arquétipos, podemos resumi-los como representações, modelos ideais de um conceito que já estão formados em nossa mente.
Para simplificar o que são arquétipos basta pensar nos significados que damos aos animais. Automaticamente, ao pensar em um cachorro, você associa conceitos como: fidelidade, amizade e obediência. Enquanto um gato remete nos traz a ideia de independência e autoestima.
Essas associações já estão enraizadas no nosso inconsciente coletivo e podem ser apropriadas por marcas e na construção do discurso da sua apresentação.
Os arquétipos podem ser apresentados de várias formas:
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Imagens;
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Símbolos;
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Sons;
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Cheiros;
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Comportamentos.
Caso você associe sua apresentação à um arquétipo, quem recebe o estímulo automaticamente fará a conexão entre os dois, o que é chamado de neuroassociação.
Toda informação contida naquele arquétipo será transferida para o que você está transmitindo, seja isso intencional ou não.
A fórmula de associação entre arquétipos e produtos funciona induzir comportamentos nas mais diversas áreas como: Propaganda de produtos e serviços; Treinamento de pessoas; Análise de perfil comportamental; Entretenimento; entre tantas outras.
Gatilhos mentais
Na verdade, os seres humanos sempre usaram símbolos e imagens para se comunicar e induzir comportamentos.
Os arquétipos são poderosos nesse sentido, pois possuem o mesmo mecanismo de funcionamento dos gatilhos mentais e das técnicas da persuasão. Todos eles atuam no inconsciente, despertando emoções específicas e, consequentemente, ações por parte de quem as recebe.
E como sempre, seu uso fica no limite entre a persuasão e a manipulação, dependendo da ética de quem conhece e faz uso desses símbolos.
Arquétipos e o inconsciente coletivo
O conceito do inconsciente foi criado/descoberto por Freud. Seria algo como um baú onde você guarda suas coisas velhas que não usa mais, um espaço individual e lá estariam só seus sentimentos e pensamentos ignorados pela mente consciente.
No entanto, Carl Jung foi além no conceito de inconsciente.
Ele afirmava que essa parte individual do inconsciente seria apenas uma camada superficial que estaria recobrindo uma camada muito mais profunda. Essa camada escondida seria um registro de informações universais e não individuais.
Segundo Jung, o inconsciente coletivo é uma espécie de conhecimento comum a todos os seres humanos, assim como a capacidade de respirar. Todos nascem com essa habilidade e não precisamos pensar para executá-la.
Ora então, os conteúdos do inconsciente coletivo são, essencialmente, arquétipos, que são formas já existentes e com certos conceitos atrelados a eles.
Por que arquétipos são eficazes para gerar ações?
Quando somos expostos a determinados arquétipos, alguns neurotransmissores e hormônios específicos são produzidos, gerando emoções e sentimentos que não estão em nosso total controle.
E não são, necessariamente, boas emoções.
Os arquétipos podem ser usados de forma positiva ou negativa e estão presentes nas mais diversas aplicações cotidianas.
Ao usar a psicologia das cores, apostar na tipografia adequada e palavras persuasivas, você está usando arquétipos e induzindo respostas emocionais nas pessoas que entram em contato seja com sua apresentação ou até mesmo com você.
Sim, você também vive e representa arquétipos. A questão é: quais deles você deseja realmente transmitir?
Por isso, é fundamental conhecer seu nicho de mercado e segmentar seu público para saber quais dos arquétipos sua marca irá personificar.
O número de arquétipos existente é bastante extenso, então irei falar somente daqueles mais conhecidos: os 12 arquétipos de Jung.
Os 12 arquétipos de Jung
Durante seu estudo sobre inconsciente coletivo, Jung definiu 12 arquétipos junto com suas motivações, conjunto de valores e características e acreditava que todo ser humano se encaixaria dentro dessas opções com um único arquétipo dominante.
Confira quais são eles:
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O Inocente: deseja ser feliz acima de tudo e acredita em um mundo melhor onde todos podem ser quem desejam. (Exemplos: Coca-Cola, McDonald’s e Disney)
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O Cara Comum: busca pertencer ao grupo, sendo igual aos demais e, por isso, não expõe aquilo que realmente pensa e sente. (Exemplos: Gap, Visa e Hering).
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O Herói: acredita que com vontade, dedicação e coragem é possível conquistar qualquer coisa, sem medir esforços para isso. (Exemplos: Nike e Gatorade).
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O Cuidador: tem o grande desejo de ajudar outras pessoas e teme por momentos difíceis, não por si, mas pelos outros. (Exemplos: Natura e Greenpeace)
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O Explorador: liberdade é o valor mais importante para esse arquétipo, que está sempre em busca de algo novo para fugir do tédio. (Exemplos: Levi’s e Land Rover.)
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O Rebelde: gosta de quebrar regras, chamar atenção para si e é fiel a seus próprios valores, e não àqueles considerados corretos pelos outros. (Exemplos: Harley-Davidson e Diesel).
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O Amante: seu foco está em relacionar-se com outras pessoas e teme ficar sozinho, valorizando assim a beleza e o romance. (Exemplo: O Boticário e Natura).
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O Criador: possui o dom da criatividade e precisa expressá-la através de ações significativas. (Exemplos: Netflix e Santander).
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O Tolo: aposta no humor e na ideia de viver o momento, sua intenção é aproveitar ao máximo sem se importar com o que as outras pessoas vão pensar. (Exemplos: Skol, Pepsi e Havaianas).
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O Sábio: deseja entender o mundo através do estudo e da auto reflexão, é metódico e detalhista e acredita que a verdade é libertadora. (Exemplos: CNN e Fundação Getúlio Vargas).
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O Mágico: busca a visão das leis fundamentais do universo misturando conhecimentos ocultos, religião, ciência e tecnologia para fazer acontecer. (Exemplos: Nasa)
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O Governante: seu maior desejo é exercer o poder, não importa a esfera de atuação, é responsável e gosta de ter o controle. (Exemplos: ONU)
Cada um desses arquétipos está relacionado a um grupo de motivações pessoais. Qual deles se encaixa melhor no seu discurso?
Com certeza, ter esse entendimento irá melhorar seus resultados com o público. E para se aprofundar no assunto, eu recomendo que você leia o livro: “O herói e o fora-da-lei”, de Margaret Mark e Carol S. Pearson, que mostra como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos
Mas fica a dica: esses arquétipos não são exatos nem estáticos, é possível posicionar sua marca em mais de um campo, ou mesmo mudar seu posicionamento, desde que seja feito de um modo bem planejado. Nós podemos te auxiliar a achar o arquétipo que mais combina com suas necessidades, fale com a Salamarela.
Abraços,
Nelise Cardoso – Salamarela.
Nelise Cardoso é fundadora da Salamarela, publicitária e professora dos cursos de apresentações: I love PPT, PPTop e Eco. Acredita que se compartilharmos o nosso conhecimentos podemos gerar grandes resultados.