8 Técnicas Clássicas de Storytelling para Engajar em Apresentações

Uma boa apresentação leva o público em uma jornada, deixando-os inspirados e motivados. Mas estruturar seu discurso para transmitir suas ideias e manter o público envolvido durante todo o processo pode ser complicado. Por isso, experimente estas oito técnicas de storytelling para criar uma apresentação capaz de surpreender.

Vamos supor que você está fazendo uma apresentação, então já começa mostrando os fatos que deseja transmitir. Errado! Nós, seres humanos, somos programados para histórias. Amamos heróis, jornadas, surpresas, camadas e finais felizes.

Faça uma apresentação que capture os corações e a mente de seu público, usando uma dessas técnicas clássicas de narrativa. Comece com a história, depois apresente os fatos.

1. MONOMITO

O monomito (também chamado de jornada do herói) é uma estrutura de história que é encontrada em muitos contos populares, mitos e escritos religiosos de todo o mundo.

Em um monomito, o herói é chamado a deixar sua casa e embarcar em uma jornada difícil. Ou seja, ele se move de algum lugar que conhece para um lugar desconhecido e ameaçador.

Depois de superar uma grande provação, o herói volta para casa com uma recompensa ou uma nova sabedoria – algo que ajudará sua comunidade. Muitas histórias modernas ainda seguem essa estrutura, desde o Rei Leão até Guerra nas Estrelas.

Usar o monomito para moldar sua apresentação pode ajudá-lo a explicar o que trouxe a sabedoria que você deseja compartilhar. Pode trazer a sua mensagem viva para o seu público.

Bom para:

  • Levar o público em uma jornada

  • Mostrar os benefícios de correr riscos

  • Demonstrar como você aprendeu alguma sabedoria recém-descoberta


2. A MONTANHA

A estrutura da montanha é uma forma de mapear a tensão e o drama de uma história. É semelhante ao monomito porque nos ajuda a traçar quando certos eventos ocorrem em uma história.

Porém, a diferença é que esse storytelling não precisa ter necessariamente um final feliz. A primeira parte da história é dedicada ao cenário e é seguida por apenas uma série de pequenos desafios e ação crescente antes de uma conclusão culminante.

Pense em uma série de TV: cada episódio tem seus altos e baixos, todos construindo para um grande final de temporada.

Bom para:

  • Mostrar como você superou uma série de desafios

  • Aumentar lentamente a tensão

  • Apresentar uma conclusão satisfatória

3. LOOPS ANINHADOS

Loops aninhados são uma técnica de narração em que você coloca três ou mais narrativas em camadas.

Você coloca sua história mais importante – o núcleo de sua mensagem – no centro e usa as histórias ao redor dela para elaborar ou explicar esse princípio central. A primeira história que você começa é a última história que você termina, a segunda história que você começa é a penúltima, e assim por diante.

Os loops aninhados funcionam um pouco como um amigo contando a você sobre uma pessoa sábia em sua vida, alguém que lhe ensinou uma lição importante. Os primeiros loops são a história do seu amigo, os segundos loops são a história da pessoa sábia. No centro está a lição importante aprendida.

Bom para:

  • Explicar o processo de como você foi inspirado ou chegou a uma conclusão

  • Usar analogias para explicar um conceito central

  • Mostrar como um pedaço de sabedoria foi passado para você

4. SPARKLINES (MINIGRÁFICOS)

Minigráficos são uma forma de mapear estruturas de apresentação. Como exemplo, a designer gráfica Nancy Duarte usa sparklines para analisar graficamente discursos famosos em seu livro Resonate.

Tenha em mente que os melhores discursos têm sucesso porque contrastam nosso mundo comum com um mundo melhorado e ideal. Eles comparam o que é com o que poderia ser.

Com isso, o apresentador chama a atenção para os problemas que temos em nossa sociedade, nossa vida pessoal, nossos negócios. Ou seja, o apresentador cria e alimenta o desejo de mudança no público.

É uma técnica altamente emocional que certamente motivará seu público a apoiá-lo.

Bom para:

  • Inspirar o público à ação

  • Criar esperança e entusiasmo

  • Criar um passo seguinte

5. IN MEDIAS RES

In medias res storytelling é quando você começa sua narrativa no calor da ação, antes de recomeçar do início para explicar como você chegou àquele ponto.

Ao levar o seu público diretamente para a parte mais emocionante da sua história, eles serão captados desde o início e permanecerão envolvidos para descobrir o que acontece.

Mas tenha cuidado: você não quer revelar muito da ação imediatamente. Tente sugerir algo bizarro ou inesperado, algo que precise de mais explicações. Dê ao seu público apenas informações suficientes para mantê-los presos, enquanto você volta ao início e define o cenário de sua história.

No entanto, essa técnica só funciona para apresentações mais curtas. Caso você prolongue demais o discurso, seu público ficará frustrado e perderá o interesse.

Bom para:

  • Chamar a atenção desde o início

  • Manter a resolução dos anseios do público

  • Concentrar a atenção em um momento crucial da sua história

6. CONVERGINDO IDEIAS

Ideias convergentes são uma estrutura de discurso que mostra ao público como diferentes linhas de pensamento se juntaram para formar um produto ou ideia.

Esse storytelling pode ser usado para mostrar o nascimento de um movimento. Ou explique como uma única ideia foi a culminação d e várias grandes mentes trabalhando em direção a um objetivo.

Perceba que a convergência de ideias é semelhante à estrutura de loops aninhados, mas em vez de enquadrar uma história com histórias complementares, ela pode mostrar como várias histórias igualmente importantes chegaram a uma única conclusão forte.

Bom para:

  • Mostrar como grandes mentes se uniram

  • Demonstrar como um desenvolvimento ocorreu em um determinado ponto da história

  • Explicar como as relações simbióticas se formaram

7. UM COMEÇO FALSO

Uma história de ‘falso começo’ é quando você começa a contar uma história aparentemente previsível, antes de interrompê-la inesperadamente e reiniciá-la. Você atrai seu público a uma falsa sensação de segurança e, em seguida, os choca “virando a mesa”.

Este formato é ótimo para falar sobre uma época em que você falhou em algo e foi forçado a ‘voltar ao início’ e reavaliar suas ações. É ideal para falar sobre as coisas que você aprendeu com essa experiência. Ou a maneira inovadora como você resolveu seu problema.

Mas o melhor de tudo é que ele fornece um hack rápido de atenção que vai perturbar as expectativas do público e surpreendê-lo a prestar mais atenção à sua mensagem.

Bom para:

  • Perturbar as expectativas do público

  • Mostrar os benefícios de uma abordagem flexível

  • Manter o público envolvido

8. ESTRUTURA DA PÉTALA

A estrutura da pétala é uma forma de organizar vários palestrantes ou histórias em torno de um conceito central. É útil se você tiver várias histórias desconexas que deseja contar ou coisas que deseja revelar – todas relacionadas a uma única mensagem.

Você conta suas histórias uma por uma antes de retornar ao centro. As pétalas podem se sobrepor conforme uma história apresenta a próxima, mas cada uma deve ser uma narrativa completa em si.

Ao fazer isso, você irá tecer evidências em torno de sua teoria central. Ou fortes impressões emocionais em torno de sua ideia.

Quando você mostra ao seu público como todas essas histórias-chave estão relacionadas entre si, você os faz sentir a verdadeira importância e o peso de sua mensagem.

Bom para:

  • Demonstrar como as vertentes de uma história ou processo estão interconectadas

  • Mostrar como vários cenários se relacionam com uma ideia

  • Permitir que vários palestrantes falem em torno de um tema central

Agora você já sabe quais são as oito formas clássicas de contar histórias para iluminar sua apresentação e realmente envolver seu público.

Claro, existem muitas outras técnicas de narração de histórias que você pode usar. O que eu espero que este post tenha feito é mostrar a você que as histórias são poderosas. Sua palestra – por mais árido que seja o assunto – pode ser trazida à vida se você encontrar a história no centro de tudo.

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Abraços, Nelise Cardoso – Salamarela.

Nelise Cardoso é fundadora da Salamarela, especialista em comunicação e professora dos cursos de apresentações: I love PPT, PPTop, PPTeach e Eco. Acredita que se compartilharmos os nossos conhecimentos podemos gerar grandes resultados.